Histórias de Paraty – Saberes e fazeres

O patrimônio imaterial de Paraty é vasto, e vai muito além das famosas festas religiosas que se destacam no calendário cultural da cidade. Nessa série: Histórias de Paraty – Saberes e fazeres, vamos conhecer mais das histórias. Os paratienses são guardiões de saberes e fazeres antigos, passados adiante de geração em geração com esmero por seus mestres.

Saberes e fazeres de Paraty

Do artesanato à gastronomia, as histórias de Paraty, saberes e fazeres, existem tradições únicas, cuja singularidade é motivo de orgulho para a população. Essas práticas são resultado de conhecimentos ancestrais diretamente vinculados ao cotidiano de suas comunidades tradicionais – caiçaras, quilombolas e indígenas.

Pesca

A pesca foi – e ainda é – uma atividade econômica fundamental para a vida da cidade. O artesanato vinculado à ela floresceu ao longo dos anos. Diversos itens de finalidade prática, pensados para auxiliar os pescadores na lida diária com o mar, foram sendo desenvolvidos pela população local. A canoa, o remo, as redes e o covo, uma espécie de armadilha para capturar os peixes, são os melhores exemplos disso.

A confecção de canoas a partir de uma única tora de madeira é uma arte quase extinta em Paraty. Um dos seus maiores artifices era o senhor Dito Canoeiro. Original de Bom Jardim e depois morador da Ilha das Cobras, fabricava também as ferramentas específicas para a confecção dos barcos, cuja durabilidade é atestada até hoje pelos pescadores. Algumas canoas que ainda singram os mares de Paraty têm mais de cem anos de existência.

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Artesanato

Além dos itens fabricados para a pesca, outros objetos também se destacam. Advindo das tradições indígenas, o tipiti é um espremedor de mandioca feito de palha e usado na confecção da farinha.
Da cultura quilombola, representada pela comunidade do Campinho da Independência, vêm as cestarias trançadas em fibra de taboa, usadas para a armazenagem de toda a sorte de produtos. As colchas de retalhos e os fuxicos, ambas feitas a partir do aproveitamento de restos de tecido, também têm espaço na galeria dos artesanatos paratienses.
Objetos meramente estéticos também fazem parte da história do artesanato local. A miniatura de barcos em caxeta é um deles, assim como as máscaras em papel maché – utilizadas nos carnavais do passado.

Toda essa multiplicidade de métodos e estilos foi registrada ainda em 1982 no livro “O Modo de Fazer: Estudo sobre alguns processos de confecção artesanal na cidade de Paraty”, de Marcos e Rachel Ribas.
A pesquisa, inovadora para a época, resultou em uma exposição que marcou época na cidade e chamou a atenção para a necessidade de proteger o patrimônio imaterial local.

Gastronomia

A Histórias de Paraty – Saberes e fazeres também está na gastronomia local. E é também motivo de orgulho do paratiense. Calcada no uso dos frutos do mar. Da banana e da farinha de mandioca, a cidade produziu pratos ao mesmo tempo simples e complexos em sabor e texturas, como o peixe com banana e o camarão casadinho.
A cachaça de Paraty, outro item fundamental para a economia da cidade desde o tempo do Brasil colônia, também foi se aperfeiçoando ao longo dos anos. Em 1983 a cidade realiza o primeiro Festival da Pinga, com o objetivo de divulgar ainda mais a produção local.
Após a filmagem de “Gabriela” (1983), a cidade também desenvolveu uma mistura de cachaça, cravo e canela em homenagem à protagonista do romance de Jorge Amado. O próprio escritor baiano foi homenageado anos depois com a criação do drink que leva seu nome e é composto por gabriela, limão, maracujá e gelo.
A excelência paratiense nos saberes e sabores foi reconhecida em 2017 pela Unesco com o título de Cidade Criativa da Gastronomia.

Paraty e a Pousada Pôr do Sol

Na Pousada Pôr do Sol em Paraty, você não apenas experimentará a beleza natural e a hospitalidade calorosa desta região, mas também mergulhará na rica história da cidade de Paraty. Explore as trilhas históricas, visite os museus locais e deixe-se encantar pela mistura única de passado e presente que esta cidade oferece. Paraty é muito mais do que um destino; é uma jornada através do tempo.

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